quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Alguém me explica esse Portland Trail Blazers?


No programa de hoje você vai conhecer um pouco mais sobre o Portland Trail Blazers. Quem são eles? Como vivem? O que querem?

Não, não é o Globo Repórter mas vamos tentar explicar que time é esse que repentinamente está com 11 vitórias seguidas e 13-2 na campanha, a terceira melhor da NBA até aqui.


QUEM SÃO ELES?

#0 PG Damian Lillard (20.1 ppg 6.1 apg 4.2 rpg)
De completo desconhecido a calouro do ano unânime.

#2 SG Wesley Matthews (17.3 ppg 4.7 rpg 1.6 apg)
Sequer draftado, hoje um dos melhores D-and-3 da liga.

#88 SF Nicolas Batum (14.0 ppg 6.4 rpg 5.0 apg)
De mero corner 3 shooter a um dos atletas mais versáteis da NBA.

#12 PF LaMarcus Aldridge (22.0 ppg 9.9 rpg 2.5 apg)
Coadjuvante de uma dinastia que nunca houve, hoje o PF mais completo da atualidade.

#42 C Robin Lopez (8.2 ppg 8.0 rpg 1.5 bpg)
De gêmeo sem talento a força defensiva.

Pode-se notar que nenhum desses caras nasceram virados pra lua. Cada um lutou pra chegar onde está. Este é um dos principais elementos para o sucesso do time.

Damian Lillard

Juntam-se a eles veteranos preparados e jovens dispostos a contribuir como Mo Williams, Earl Watson, Dorell Wright, CJ McCollum, Thomas Robinson e Joel Freeland. Completam o elenco Meyers Leonard, Will Barton e Allen Crabbe.

COMO VIVEM?

Eles vivem de 3 pontos. O esquema dos Blazers consiste em movimentar a bola e encontrar alguém livre para a melhor condição de arremesso, e todos (Lillard/Mo/Matthews/Batum/Wright/McCollum) são bons pontuadores da linha dos 3. Mas só com especialistas em um único fundamento não se ganha jogo, afinal bastaria o adversário contestar todas as tentativas de arremesso. É aí que entra LaMarcus Aldridge.

Aldridge é a principal ameaça ofensiva dos Blazers e pode atacar das mais variadas formas. No um-contra-um ele pode atacar a cesta ou mandar seu característico turnaround J por cima dos marcadores com eficiência. O jeito é dobrar a marcação. E é isso o que o técnico Terry Stotts quer.

Damian Lillard é a outra ameaça, na menor desatenção pode te punir de longa distância, na infiltração ou encontrar Matthews e Batum no perímetro. Outro que exige dupla marcação.

A partir do momento que LMA/Dame chamam a atenção o caos é instalado na defesa adversária. Os Blazers movimentam a bola como nenhum outro time, favorecendo aquele que ficou livre. Um bom arremessador de 3 sem marcação fatalmente vai converter sua tentativa. Wesley Matthews é o maior beneficiado com 50% de acerto da linha dos 3.

Ou a bola pode voltar para a mão de Aldridge chutando de média distância e acredite, ele converte uma bela porcentagem deles.

E como se não fosse bastante Nicolas Batum conduz a bola com criatividade, tendo por volta de 5 assistências por jogo.

Além disso Lillard e Aldridge podem fazer o 2-man-game no pick-&-pop, formando uma das duplas mais dinâmicas da liga. Ou mesmo um pick-&-roll entre Batum e Lopez. E sempre com alguém nas laterais para uma bola de 3.

O ataque é poderoso.

LMA, Dame e Nic

E como Robin Lopez foi citado, é importante falar sobre a defesa, afinal equilíbrio dos dois lados da quadra é fundamental para sucesso a longo prazo.

A defesa dos Trail Blazers é desenhada para evitar o arremesso de 3 pts e induzir o adversário ao chute de média distância, o menos eficiente. Para contestar os chutes de 3 a equipe raramente dobra a marcação perto da cesta, permitindo uma grande quantidade de pontos no garrafão. O técnico Terry Stotts prefere sofrer 2 pts ao invés de 3, e como o basquete atual tem grande foco no perímetro e pouco talento no post, Stotts se sente ok com isso.

O sucesso defensivo começa com os armadores perseguindo os PGs após o pick-and-roll, forçando-os a conduzir a bola pela lateral do garrafão, para que finalizem na individualidade aos invés de passar a bola.

Em seguida vem o efeito Sideshow Rob, que nada mais é do que o trabalho defensivo de Robin Lopez, coisas pequenas de suma importância que não entram para as estatísticas. Lopez não é um exímio bloqueador porém com seu tamanho é capaz de alterar o arremesso adversário, deixando-os desequilibrados na finalização, aumentando a chance de erro. Seu domínio na arte do box-out faz com que a equipe pegue mais rebotes, tanto que Lillard, Matthews e Batum melhoraram nesse quesito. Os números individuais de Robin não parecem grande coisa mas a presença dele permite que o coletivo trabalhe melhor.

Sideshow Robin Lopez

O banco é competente e entra pra manter o nível, permitindo que os titulares descansem. Mo Williams criando o próprio arremesso alivia a pressão em cima de Lillard, Dorell Wright continua nas bolas de 3, Thomas Robinson traz energia e rebotes e Joel Freeland segue a linha de Lopez. Outro que será importante e não estreou é CJ McCollum, nos 3 pts, atacando o garrafão e criando o próprio arremesso. O calouro deve voltar às quadras entre dezembro e janeiro.

O QUE QUEREM?

Playoffs. O time espera conseguir uma vaga depois de dois anos de ausência. O início de temporada é excelente e mesmo sendo difícil manter esse ritmo por 82 jogos, o que se espera de um time de playoffs é que saiba fazer a lição de casa na execução do plano de jogo.

Como cada jogador possui história de superação semelhante, a confiança entre eles emerge. Por consequência chemistry e entrosamento permitem que as estratégias sejam executadas da melhor forma, e isso vem dando resultado. Um cobre o outro e o conjunto vem em primeiro lugar.

Pense num ônibus com capacidade para 20 mil passageiros. Aldridge é o motor, Lillard o volante. Matthews, Batum, Wright, McCollum são as marchas. Mo Williams o acelerador, Robin Lopez os para-choques e assim por diante. Stotts é o motorista.

O ônibus está em plenas condições e percorreu 13-2, mas é só o começo. Resta saber se a estrada vai continuar livre, mas eles acreditam, com a mesma confiança que conquistaram suas posições na NBA. Se você é um passageiro, aproveite a viagem.

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